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Os Cervejeiros do Interior Paulista.

O hábito de beber uma cervejinha é comum no Brasil. É um costume familiar da população brasileira, que foi muito incentivado nos finais do século XIX, principalmente após a vinda de imigrantes italianos e alemães para o Brasil. Nas minhas pesquisas em anuários e almanaques constatei a profissão de fabricantes de cervejas e licores ou os “Cervejeiros” como eram chamados nos jornais da época.  Nas pesquisas até o momento encontramos estes profissionais nas seguintes cidades do interior paulista: Leme; Santa Cruz da Conceição; Pirassununga; Araras e Santa Rita do Passa Quatro.

Constatei que além de produzirem cerveja, esses fabricantes se dedicavam a outros tipos de ramos comerciais para aumentarem as rendas de seus negócios. Não consegui dimensionar as relações econômicas destes pequenos cervejeiros e o alcance de seus negócios. Posso concluir que boa parte de suas produções atendiam a população local e regional. Nas pesquisas não consegui encontrar quais eram as técnicas utilizadas para a fabricação da bebida, assim como adquiriam os produtos que eram utilizados para a confecção da cerveja.

Na cidade de Leme consegui detectar os seguintes senhores que se dedicaram a fabricação de cerveja entre eles estão: Daroz Bortolo; Gustavo GrossKlaus; Nicolau Francischite; Pedro Cecato; Firma Valle e Lima; Jonh Dhon; Augusto Dittbanar e Luiz Milanello.  O senhor Daroz Bartolo além de se dedicar a produção de cerveja também comercializava massas de macarrão. Conseguiu muito sucesso neste ramo de massas, trazendo até um especialista italiano para sua fábrica. Hoje sua empresa é conhecida como Massas Alimentícias Daroz.

Gustavo Grossklaus possuía uma fábrica de cerveja próximo à estação ferroviária de Leme. Além de atuar no ramo de bebidas, era também fazendeiro dedicando-se à cultura do café. Sua fazenda se chamava Ibirapina, contendo Casa Sede, Colônia e Escola Primária. Jonh Dhon nos anos de 1892 já comercializava cerveja em Leme, sendo um grande concorrente na região segundo jornais da época.  Jonh Dhon era também  fazendeiro e exerceu em Leme a função de subdelegado de polícia nos anos de 1890.

Na cidade de Santa Cruz Conceição teve o cervejeiro Jose Ghitler, sendo o único da cidade a se dedicar ao ramo de bebidas e licores. Em Santa Rita do Passa Quatro no ano de 1885 a firma que se dedicava a fabricação e comércio de cerveja era a Richter e Stauch.

Em Araras, cidade vizinha de Leme encontrei diversas pessoas que também se dedicaram ao comércio de cerveja tais como Mani Florindo, Emilio Pastorello, Irmãos Ulson  e Jacome Corte.  Emilio Pastorello (1874-1957) veio da Itália por volta do ano de 1888. Fixando-se em Araras dedicou-se ao comércio de bebidas e também na área industrial.  Outro grande produtor de cerveja em Araras que encontramos nos jornais é a Cervejaria Uson fundada em 1882 pelo capitão Ulson.  André Ulson (1837-1923) era capitão da guarda nacional, agricultor e industrial.

Nas pesquisas não foi possível dimensionar o tamanho das relações comercias desses cervejeiros e assim como o processo de fabricação de suas bebidas. Procuramos por mais informações desses comerciantes e fabricantes de cerveja. Caso saiba de mais informações, pode me procurar. Vamos escrever a história destes italianos e alemães que se dedicaram a fabricação de cerveja no interior paulista.

Créditos: Fábrica de cerveja em Leme. Acervo da Família Gustavo Grossklauss.
Marca da Cerveja de Jose Gurtler em Santa Cruz da Conceição.

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João Batista Correa

Sou João Batista Correa, formado em história e pedagogia. Especialista em Brasil colônia e mestre em história. Dedico minhas pesquisas sobre a história do Brasil, mais especificamente das cidades do Rio de Janeiro, Leme, Pirassununga e Santa Cruz da Conceição. Alem de historiador, sou músico e educador musical. Autor dos livros: Santa Cruz onde a Ferrovia não Passou: Escravos e Imigrantes na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, 1836-1898; e Escravidão e Liberdade na Imperial Fazenda de Santa Cruz.

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Sou João Batista Correa, formado em história e pedagogia. Especialista em Brasil colônia e mestre em história. Dedico minhas pesquisas sobre a história do Brasil, mais especificamente das cidades do Rio de Janeiro, Leme, Pirassununga e Santa Cruz da Conceição. Alem de historiador, sou músico e educador musical. Autor dos livros: Santa Cruz onde a Ferrovia não Passou: Escravos e Imigrantes na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, 1836-1898; e Escravidão e Liberdade na Imperial Fazenda de Santa Cruz.

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